ESTRUTURA E VOLUME. A EXPRESSIVIDADE COMO PRÁTICA DO PENSAMENTO TRIDIMENSIONAL

Autores: Raphael Camargo Natel,

Professores: Ronaldo de Oliveira Corrêa

Programa: Monitoria

Curso: Design

O estudo se deu a partir do planejamento e acompanhamento de exercício com a proposta a criação e percepção de volumes complexos. Além da proposição e percepção da forma enquanto volume, entendeu-se importante que conceitos, como os princípios gerais da forma e os que ordenam as composições, fossem aplicados durante a etapa de criação (GOMES FILHO, 2009). Os alunos da disciplina de Metodologia Visual aplicada a Produto II, do curso de Design da UFPR, foram orientados a produzir uma linha de castiçais que expressasse um determinado conceito. O desafio consistiu na criação de 3 volumes estruturais, cuja exigência foi a coerência formal entre os volumes. Pretendeu-se com isso, problematizar o conceito de linha de produtos e unidade formal (MUNARI, 1998). Essa atividade fez parte do programa da disciplina que visa a atividade de percepção de volumes e estimulou os alunos a perceber, analisar e propor conceitos plásticos - atividade de grande importância para o Design (ARNHEIM, 2008). O procedimento metodológico iniciou pela estratégia de transição de estruturas bidimensionais para aquelas tridimensionais; isso pela criação, repetição e gradação de planos rotacionados, gerando a construção de uma estrutura coberta com atadura gessada. Esse procedimento permitiu perceber a tridimensionalidade do objeto de maneira eficaz, permitindo a sua análise e crítica, posterior a proposta da forma. Avalia-se que o exercício foi relevante para a formação destes alunos, visto a dificuldade em enxergar, na etapa de criação, o volume final. Segundo Wong (2010), isso ocorre porque algumas pessoas conseguem pensar escultoricamente, enquanto que outras pensam pictoricamente. Esse segundo grupo precisa ser estimulado e treinar sua percepção para que consigam perceber o volume em sua totalidade, e não apenas formatos ou vistas do objeto. Verificou-se que este exercício possui caráter transitório, visto que os alunos estavam acostumados a pensar nos conceitos, a partir de composições bidimensionais, necessitando de práticas para aplicar as categorias em volumes. Somado a isso, converter-se em estratégia para estimular ao desenvolvimento de habilidades para o trabalho criativo no espaço tridimensional. REFERÊNCIAS: ARNHEIM, Rudolf. Arte e percepção visual. São Paulo: Thomson Pioneira, 1998. GOEMS FILHO, João. Gestalt do objeto. São Paulo: Escrituras, 2000. MUNARI, Bruno. Design e Comunicação Visual. São Paulo: Martins Fontes, 2011. MUNARI, Bruno, Das Coisas Nascem Coisas. São Paulo: Martins Fontes, 1998. WONG, Wucius. Princípios de forma e desenho. São Paulo: Martins Fontes, 2010.