Atualmente o eletrólito sólido utilizado nas células a combustível de óxido sólido, (SOFC do inglês “solid oxide fuel cell”) é a zircônia estabilizada com ítria, pois possui alta condutividade iônica (0,1 S/cm) a 1000ºC. Porém, essa elevada temperatura de operação acarreta alguns problemas, como a limitação de materiais possíveis de serem utilizados, e o baixo tempo de vida útil devido a degradação dos materiais. Tornando necessário o desenvolvimento de materiais que possam ser utilizados como eletrólitos sólidos em temperaturas intermediárias (400 - 700ºC). Uma alternativa é a utilização de um eletrólito sólido condutor protônico que, além de operar em temperaturas inferiores, também apresenta a vantagem de gerar água como produto da reação. De acordo com a literatura cerâmicas a base de BaCeO3 dopado exibem uma alta condutividade protônica em atmosfera contendo hidrogênio e/ou vapor de água em temperaturas intermediarias. Entretanto não são quimicamente estáveis, reagindo com CO2, levando a desintegração do eletrólito e resultando na sua decomposição a carbonato de bário e oxido de cério. Em contraste ao BaCeO3 tem-se o BaZrO3 como alternativa para o uso em SOFC, uma vez que exibe maior estabilidade química que o BaCeO3. Todavia, o BaZrO3 apresenta baixa condutividade. Esses resultados sugerem que soluções sólidas entre BaCeO3 e BaZrO3 podem resultar em uma boa condutividade protônica e boa estabilidade química. Os BaCeO3 e BaZrO3 são materiais de difícil densificação, de acordo com a literatura as temperaturas de sinterização estão entre 1700 – 1800ºC para se obter uma densidade relativa maior que 95%. O efeito de agentes de sinterização como o NiO2 na densificação e na condutividade de materiais a base de ceria estão sendo estudados. Neste trabalho eletrólitos sólidos à base BaCe0,9-XZrxGd(0,1-ε)MεO(3-δ), com x=0,45; ε= 0; 0,01 e 0,02 e M= Ni ou Cu, foram sintetizados através do método dos precursores poliméricos. As amostras foram submetidas a um ensaio de estabilidade química em atmosfera de gás CO2 a 600 °C por 3 horas e posteriormente analisadas por TGA/DTA para verificar a interação da amostra com o gás em diferentes temperaturas. O resultado indica uma melhora na estabilidade da amostra, em temperaturas intermediárias (600-900°C). As amostras com Ni foram calcinadas em diferentes temperaturas com o objetivo de se verificar a densificação e a sinterização da amostra, porém não foram obtidos resultados satisfatórios. Uma vez que nas duas temperaturas estudadas não houve formação de contornos de grão e nem densificação da amostra.