ESTUDO FARMACOLÓGICO DO EFEITO DIURÉTICO E RELAXANTE DE PRODUTOS NATURAIS COMO ALTERNATIVAS TERAPÊUTICAS

Aluno de Iniciação Científica: Talita Luana Corbari da Silva (PIBIT/UFPR-TN)

Curso: Biomedicina (MT)

Orientador: José Eduardo da Silva-Santos

Co-Orientador: Priscila de Souza e Sandra Crestani

Colaborador: Isabela Karoline Maba, Caroline Calixto Kazama e Arquimedes Gasparotto Jr.

Departamento: Farmacologia

Setor: Ciências Biológicas

Palavras-chave: Pereskia grandifolia, vasorrelaxante, traqueia

Área de Conhecimento: 21004005 - FARMACOLOGIA CARDIORENAL

Pereskia grandifolia Haworth (Cactaceae), conhecida popularmente como ora-pro-nóbis, é uma árvore nativa do Nordeste Brasileiro a qual possui indicação popular para tratar hipertensão arterial. Neste contexto, o objetivo do estudo foi investigar a ação do extrato hidroetanólico da P. grandifolia (EHPG) em músculo liso vascular (aorta) e não-vascular (traqueia) de ratos. Ratos Wistar, fêmeas, foram preparados e os tecidos removidos e acondicionados conforme condição padrão de experimentação de órgão isolado. Em aorta foi verificada a presença ou ausência de endotélio funcional, e posteriormente administradas concentrações (3 a 3000 µg/ml) doEHPG em preparações previamente contraídas com fenilefrina (1 µM). Em traquéia, avaliamos tanto a capacidade relaxante do EHPG (100 a 1000 µg/ml) na presença de acetilcolina (1 µM), como também sua capacidade contrátil. Todos os procedimentos foram submetidos e aprovados pelo Comitê de Ética para o Uso de Animais do Setor de Ciências Biológicas da UFPR (CEUA/ BIO – UFPR), número de autorização 593. O EHPG foi capaz de induzir relaxamento máximo de 72,5 ± 5,1% na maior concentração testada, em aorta com endotélio funcional, o que não ocorreu na ausência deste. O pré-tratamento com L-NAME (100 µM; inibidor da enzima óxido nítrico sintase) não foi capaz de alterar o efeito promovido pelo EHPG, sugerindo mecanismo vasorrelaxante independente da síntese de óxido nítrico. Ao verificar a contração da fenilefrina frente à incubação do EHPG (3000 µg/mL), este foi capaz de inibir completamente a resposta contrátil da fenilefrina, e adicionalmente, foi verificado um efeito relaxante da fenilefrina chegando a valores basais (100%). O EHPG foi incapaz de induzir relaxamento em traqueia, mas apresentou importante efeito contrátil. Não houve diferença significativa da contração induzida pelo EHPG frente à incubação com atropina (100 ηM), sugerindo que este efeito seja independente da ativação de receptores muscarínicos. Os resultados obtidos sugerem que o EHPG apresenta um ou mais componentes capazes de causar contração em traqueia e relaxamento em aorta isolada de rato, com mecanismo vasorrelaxante dependente de endotélio funcional e, pelo menos em parte, do bloqueio de receptores α1- adrenérgicos. Outros estudos devem ser conduzidos para compreender melhor o provável potencial terapêutico da planta.

 

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