RESTAURAÇÃO E RECUPERAÇÃO DA HISTÓRIA DO DEPARTAMENTO DE TOCOGINECOLOGIA DA UFPR

Orientadora: Nadia Gaiofatto Gonçalves
(DTPEN/ED e COEX/PROEC - UFPR)
E-mail: nadiagg@ufpr.br

Bolsistas 100 Anos UFPR: Carina Silva Vieira Santos e Patrícia de Souza Antunes

Este trabalho trata da constituição histórica da Extensão Universitária na Universidade Federal do Paraná (UFPR). O recorte temporal inicial é 1940, com ações pontuais no formato de cursos e prestação de serviços, e o final, 2011, quando é aprovada a última e atual Resolução que rege as atividades de Extensão da UFPR. Foram utilizados referenciais da História e da História da Educação (como Marc Bloch; Luciano M. Faria Filho e Diana G. Vidal; e Dario Ragazzini). Os conceitos de representação e de apropriação de Roger Chartier foram utilizados, pois envolvem a questão das leituras, dos entendimentos possíveis, e das diferentes formas que uma realidade é dada a ler, assumindo-se que as percepções dos sujeitos sociais não são neutras, dependendo do contexto em que foram elaboradas, e derivando delas as suas práticas. As principais fontes utilizadas foram Leis e Decretos federais, Estatutos e Regimentos da UFPR, Resoluções do Conselho de Ensino Pesquisa (e Extensão) e atas do Comitê Assessor de Extensão. Pretendeu-se identificar percepções e representações acerca da Extensão na UFPR, ao longo do tempo, com suas apropriações particulares das diretrizes de âmbito nacional, em função do contexto local. Como resultado, identificou-se que a inserção da Extensão em instâncias e espaços da UFPR se deu de forma gradativa, com tensões decorrentes de distintas concepções que coexistiram e que ainda coexistem. Foram identificados três importantes momentos históricos na trajetória da Extensão no Brasil, e na UFPR: no primeiro, ela é realizada por meio de cursos e conferências oferecidos à comunidade, bem como prestações de serviço e atividades de divulgação artística e cultural. Nele, a proposta era levar o conhecimento e a técnica produzidos na UFPR, para os demais segmentos da sociedade, externos à instituição. O segundo momento teve como base os Programas Nacionais de Extensão, relacionados à política de desenvolvimento e de segurança nacional do país. No terceiro, esta perspectiva foi gradativamente substituída pela ideia da intelectualidade orgânica e posteriormente pela concepção dialógica, à luz de Paulo Freire; deslocando então o foco para a transformação social, firmando compromisso com a sociedade e com o processo ensino-aprendizagem, em uma perspectiva mais recente de desenvolvimento social e sustentável. Este último período foi marcado pela discussão do papel da Universidade pública frente ao seu compromisso social, e pela Constituição de 1988, que estabelece o princípio da indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão.

Palavras-chave: Extensão Universitária, UFPR, indissociabilidade.